competiçao no judo
Shiai é um desafio, um jogo, uma competição; shi significa prova de conhecimento e ai é uma reunião, uma “reunião para prova de conhecimentos”. É traduzida com demasiada freqüência como desafio, mas a palavra shiai não é, de fato, suficientemente forte para isso. Com efeito,desafio seria shobu.
SHIAI quer dizer combate de prova. Tem por finalidade exercitar os efeitos da tensão nervosa. No Shiai visa-se a vitória pela habilidade adquirida no Randori. O Shiai não deve degenerar nunca; a propósito, convém lembrar aqui a advertência do Mestre G. Koizumi :
“O Shiai não é nem um fim em si, nem um divertimento, mas um meio de treinamento. Qualquer que seja o resultado, vitória ou derrota, deve ser considerado como matéria de experiência para o estudo, um passo para alcançar os degraus do progresso. Nós, os judocas, não devemos nos exceder no zelo, por fanatismo e espírito de competição; isto transformaria um esporte agradável e sem defeitos num conflito perigoso , denominado ‘competição de Judô’. É nosso dever, portanto, desencorajar a vulgaridade ruidosa de um entusiasmo exagerado. Essa advertência não é apenas do interesse do Judô e dos judocas, mas serve para reverenciar a memória sempre respeitada de seu fundador, o saudoso Professor e Mestre Jigoro KANO.”
As lutas se desenrolam sobre uma revestimento especial (shiai-jo), formado por pequenos colchões (tatamis) de 5 cm. de espessura, medindo 2 x 1 m. Originalmente eram feitos de palha de arroz trançada e recobertos com lona. Hoje, são de material sintético.
A área de combate é um quadrado de 9-10 m. de lado, geralmente verde, circundada por uma faixa vermelha de 1m. de largura (área de proteção), que fica dentro da área de combate. Cada combate dura de 4 a 5 minutos (dependendo da idade e sexo). Vence quem conseguir derrubar o outro de costas no chão, por meio de uma técnica perfeita, ou mantendo o adversário de costas no solo, por 25 segundos, por meio de uma imobilização (osae-waza) ou o faz desistir (render-se) por meio de um estrangulamento (shime-waza) ou chave de articulação (kansetsu-waza). Quando Jigoro Kano estabeleceu as bases do Judô, para vencer era necessário projetar o oponente de costas no tamati, num golpe perfeito (ippon).
Como foi ficando difícil se conseguir um ippon, e as lutas se alongando muito, passou-se a pontuar projeções não tão perfeitas, mas onde houve-se técnica (waza-ari). Com a evolução das normas de arbitragem, passou-se a pontuar qualquer projeção.
O ippon é o ponto completo. O wazari seria aproximadamente ¾ de ponto. O yuko cerca de ½ ponto e o koka ¼ de ponto. No solo (katame-waza), a desistência ou imobilização por 25 segundos vale um ippon; por 20 segundo, um wazari; por 15, um yuko; e por 10, um koka. Quem obtiver dois wazaris, vale um ippon. As outras pontuações, porém, são acumuladas, mas não se somam. As falta são aumentadas das pontuações positivas do oponente. Vence quem conseguir a pontuação mais alta ou, no caso de empate, aquele que apresentar maior combatividade e domínio da luta (decidido pelo trio de arbitragem).
No combate, os 2 competidores recebem faixas de identificação, um a vermelha e o outro a branca (Desde o campeonato mundial de 1997, os judocas passaram a se identificar por dois kimonos, um branco e o outro azul), sendo pontuados segundo esta identificação O combate é dirigido por uma mesa de cronometristas e anotadores, e por 3 árbitros: um central e dois laterais. Todos os árbitros têm a mesma importância e poder de decisão, sendo tudo decidido por maioria de votos. Os árbitros sinalizam os pontos obtidos, a obediência às demarcações da área de combate e as faltas cometidas pelos competidores. Estas podem ser faltas leves (ex.: falta de combatividade), médias (ex.: desamarrar a faixa sem permissão, pisar fora da área de combate) ou graves (ex.: aplicar golpes traumáticos).
Abaixo, a correspondência entre pontuações positivas e negativas:
Pontuação Positiva
Pontuação Negativa
(faltas)
ippon
hansoku-make
wazari
keikoku
yuko
chui
koka
shido

O clima reinante num campeonato é de amizade, concentração e respeito, havendo no início e no final um cumprimento solene (rei) coletivo entre dirigentes, árbitros e atletas. Sobre o shiai-jo, os competidores devem fazer saudação ao local, à mesa diretora, aos árbitros e a seu oponente. Só então é dado inicio à luta. Se algum competidor se afastar da norma de conduta, ou ofender alguém por meios físicos, verbais ou atitude inconveniente, poderá ser desclassificado ou suspenso, uma vez que, na verdade, a finalidade da competição não é vencer a qualquer custo, nem tampouco glorificar campeões, mas sim, propiciar aos praticantes (judocas) mais um degrau de treinamento em sua longa escada de aprendizado e auto-aperfeiçoamento.














Nenhum comentário:

Postar um comentário